Que horas são?

sábado, 17 de dezembro de 2011

                                                              (No meio do caminho tinha uma rosa...)







CORRIDINHO

 

 

O amor quer abraçar e não pode.

A multidão em volta,

com seus olhos cediços,

põe caco de vidro no muro

para o amor desistir.

O amor usa o correio,

o correio trapaceia,

a carta não chega,

o amor fica sem saber se é ou não é.

O amor pega o cavalo,

desembarca do trem,

chega na porta cansado

de tanto caminhar a pé.

Fala a palavra açucena,

pede água, bebe café,

dorme na sua presença,

chupa bala de hortelã.

Tudo manha, truque, engenho:

é descuidar, o amor te pega,

te come, te molha todo.

Mas água o amor não é.

                                              Adélia Prado




 Adélia Prado é perfeita em prosa ou poesia. Este poema, em especial, vi lá no perfil do Facebook do meu amigo Eurípedes Alvarenga Barbosa, que faz poesia também e é inspiradíssimo.




Ganhei um carinho:

EU:      "Posso levar o poema lá para o blog?
"

 
EURÍPEDES:    "Pois leve, Adélia vai se sentir em casa - seu blog tem tamanho infinito mas acolhe como se fosse ninho pra ovo, filhote e ave..."

 

Obrigada, Eurípedes!!! Boas palavras são um carinho na alma.





 

2 comentários:

  1. Amor? Não sei.
    É meio paranóico.
    Parece uma coisa para enlouquecer a gente devagar.
    Caio Fernando Abreu

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  2. Obrigada pela visitinha e por trazer Caio Fernando Abreu pra cá! Mas amor é alegre!!! Bj

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