Que horas são?

sábado, 21 de janeiro de 2012







O céu estava assim ontem pela manhã...Lindo! Eu e esta mania de ficar deslumbrada com o céu. Melhor seria prestar atenção ao caminho, às  pedras, mas este azul infinito também é caminho. E é paisagem. E é teto.


Gosto de fotografar os desenhos que se formam pela presença bailarina das árvores e nuvens e as pinceladas de cores dadas pelas flores. Arte! Natureza viva! VIDA!






E a poesia vai surgindo, escrita pelo olhar de quem a vê, de quem se permite. Do poeta Leminski, tomei emprestado os versos, da natureza, as cores, do meu coração, a instigante vontade de ver o mundo com outros olhos.

                        





                 
Céu de generosidades, de bençãos infinitas, de descanso na alma, de imensidão, que nos põe a pensar sobre o real tamanho da humanidade diante do Universo e suas belezas  .
Desviar o olhar para o alto  permite um encontro com o DIVINO que há em nós. Mudemos a direção do olhar, de quando em quando, há boas surpresas pelo caminho.



sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

                                              
                                        



POR HOJE E POR TODOS OS OUTROS DIAS


"Porque és meiga e difícil,
Porque és doce e teimosa,
Porque és brava e serena,
Porque és firme e insegura,
Porque és quente e acanhada,
Porque és calma e nervosa...


E porque sabes de tudo
E porque queres respostas
E porque guardas segredo
E porque tudo me contas


Porque és assim desse jeito
Um jeito teu, somente teu.
Porque trazes dentro do peito
O amor quase perfeito
Que alguém quase viveu."


Miguel Angelo Granato









 
                               (pátina que fiz em uma armário herdado da minha avó...)





Palavras, pausas, poesias, pontes, pedrinhas, postagem, paciência, postas, pacto, pedaços, papel, pacote, parceiros, partilha, partitura, passarinho, passional, passeio...parlar, palavras, palavrinhas, vinhas...vens!







quinta-feira, 19 de janeiro de 2012





Pra mim, a solidão tem duas faces.
A primeira é sorridente e tranquila. Acontece naqueles momentos em que escrevo, leio, produzo alguma coisa. Sou eu e minhas fadinhas e fantasmas. Lá, quando me olho inteira e reescrevo algumas páginas da vida.


Quero a solitude, pequenos intervalos produtivos, sensíveis, poéticos, possibilidades de aprendizado. Então, posso voltar aos meus afetos, inteira, mais forte, mais feliz.


A segunda é possessiva, ciumenta, toma conta dos meus momentos e a cada segundo me lembra de  uma  ausência. Ocupa minhas horas e tira proveito das minhas fragilidades. Definitivamente não a quero em mim.
Solidão assim dói, esvazia, resseca, envelhece. E envelhecer bem é envelhecer de mãos dadas com quem  escolhemos por amor.













                  
                                                      (por que  amor-perfeito é  flor que amo...)




BAÚ  DE  GUARDADOS



"Trago, fechado no peito,
um baú de guardados.

Jóias, gemas e pérolas
que podem
ofuscar meus olhos.

Pedras, perdas, penas
que conseguem
represar meu rio.

Mas basta um som de flauta,
um dedilhar de piano,
o acorde de um violão,
o cristal de uma voz
e todas as comportas
se abrem
e me descobrem
levando de roldão
tudo que cabe
nesse cofre desvendado,
o coração.

Jóias, gemas, pérolas,
pedras, perdas, penas.
Brilhos que se confundem
no que sou.
Rolam nas águas e me levam
para perto, bem mais perto
de onde estou."



(música Ná Ozzetti e poema de Alice Ruiz)





                                    (lua generosa que se mostrou em coração pra mim...)



Dê ao poeta um verbo e ele transformará em AMOR...

CARLOS EDUARDO LEAL  transmuta a vida em palavras, macera os pensamentos e lustra cada letra que usa.  Poeta, alquimista das palavras.





"Vive-me
Perde-me
Solta-me
Ama-me
Beija-me
Vive-me
Consome
Me
Come
Me
Vive-me
Fantasia-me
Musica-me
Perdoa-me
Alegra-me
Implora-me
Morre-me
Vive-me
Purifica-me
Terrifica-me
Mata-me
Voa-me
Seduz-me
Ilumina-me
Vivifica-me
Vire-me
Ama-me
Adoro-te...Devoro-te."

(Carlos Eduardo Leal)






Psicanalista e escritor. Autor de "Fragmenta" e "A sede da mulher"(poesia). Romances: "O nó górdio" e "A última palavra".  








                                             (por que às vezes, olho pro céu e ele é todo poesia...)





"Se procurar bem você acaba encontrando. Não a explicação (duvidosa) da vida, mas a poesia (inexplicável) da vida."



Carlos Drummond de Andrade















“(...)Tenho em mim todos os sonhos do mundo.



Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser.


Pode ser que para outro mundo eu possa levar o que sonhei,
Mas poderia eu levar para outro mundo o que esqueci de sonhar?”




(
 Álvaro de Campos)


quarta-feira, 18 de janeiro de 2012





Os poemas da Ângela Lago sempre me instigam...Neste, em especial, quando ela diz:

"Mas, ai, que mesmo sem permissão
vai o perfume pela narina abaixo.
Entrou. E agora?"

É exatamente assim quando o amor acontece em nossas vidas."Entrou.E agora?" Nem dá tempo para decidir se queremos ou se podemos amar naquele momento. Apenas acontece...então, se é assim, amemos, rendemo-nos a ele, que venham os riscos, que suportemos os riscos, que sejamos fortes nas despedidas e agradecidos por conhecê-lo. Que sejamos pétalas em flor para quem nos oferecer um jardim. Sem medo, sem proteções,rendemo-nos.


********************************




"Quando está triste, a maldição ataca
o destrutor do jardim.

Se toca, a flor murcha,
se pega, o botão não abre mais.
Se olha, mesmo de banda, seca.
Melhor, respire raso.



Mas, ai, que mesmo sem permissão
vai o perfume pela narina abaixo.
Entrou. E agora?
 


Te despetalará por dentro
a ti que devias ser pedra.
Atômico olor vingará o reino humano.

E então, dado a conhecer a beleza,
o destrutor do jardim
cairá de joelho em pleno Éden."


ÂNGELA LAGO







domingo, 15 de janeiro de 2012



                                                                     (José Miguel Wisnik  e  Chico Buarque)







EMBEBEDADO



(Chico Buarque)



Pendurado de banda
No vão da varanda
Do prédio a rodar,

Não sei mais se é o mundo
Que cai aos meus pés
Ou de pernas pro ar;


Embebedado de você.
Tonto na beirada da


Tentação de cair e voar,
Até me aninhar em você,


Mal parado num muro
Sem prumo, em que estudo
Onde me equilibrar.


Entre o chão e o barraco
De estrelas que cai
No que foi nosso lar.


Abandonado por você,
Louco querendo mamar


Do segredo da vida e gritar
Até me agarrar em você.


Arrastado por dentro
Ao meu próprio espetáculo
Em tal patamar


Pela mão da sereia.
Que vai se tornando
A sirene a soar.


Convidado de luxo
A deixar a ribalta de amar


Pela escada de incêndio e baixar
Até me assistir escapar você.

Muito embora indo embora,
Eu mesmo mentindo
Devo argumentar:


Sou a sobra do efeito
Cascata da vodca
E desse luar.







Condição Humana

para organizar o pensamento
invento o tempo
para guiar meus passos
crio o espaço
por teu encantamento
me desfaço.

                                                                                                 (Eduardo Tornaghi)









No início da minha adolescência sonhava com alguns  atores que faziam novelas.


EDUARDO TORNAGHI era um amor platônico, quase pueril. A cada novela ele estava com um visual diferente e ainda assim me encantava. Posso afirmar que aprendi a sonhar com o amor, admirando os atores daquela época. Não havia outra conotação senão o encantamento. Nem pensava em encontrá-lo na vida real. Ele simplesmente me inspirava lindamente.

Entre os anos 1970 e 1980 ele atuou em várias novelas:




1985 - A Gata Comeu .... Rafael
1985 - Noite .... Mestre
1984 - Vereda Tropical .... Bráulio
1979 - O todo-poderoso .... Emanuel
1979 - Memórias de Amor .... Jorge Argolo Ramos
1978 - Dancin' Days .... Raul
1978 - Ciranda Cirandinha .... Joel
1977 - Sinhazinha Flô .... Arnaldo
1977 - O Espantalho .... Dirceu
1976 - Vejo a Lua no céu .... Fernando
1975 - A Moreninha .... Leopoldo
1973 - João da Silva .... Hélio




Depois deste período, apesar de ele continuar atuando, não tive mais tempo para assistir televisão e fui conhecer o amor na vida real.

Eduardo sempre foi um talento, fez teatro e cinema, além das novelas.
Em determinado momento da sua vida quis seguir novos rumos. Deixou a dramaturgia um pouco de lado e caminhou por novas estradas.
Busquei numa entrevista com ele, a resposta mais adequada à pergunta sobre quais são suas atividades atualmente:

"Agitação cultural em geral. Dou aula de interpretação, dirijo e coordeno grupos de cultura na periferia, milito no Mov. Humanos Direitos (Mhud), e principalmente, crio duas lindas filhas."



E por que a Vida é generosa, encontrei o Eduardo lá no Facebook, ficamos amigos e trocamos mensagens.Descobri que   é um poeta, que tem livro publicado e que tem o Pelada Poética no Leme, onde as pessoas se reúnem trazendo suas poesias. 

Não poderia deixar de contar sobre meu encantamento por ele e seus personagens, lá na minha adolescência e convidá-lo a visitar este blog. E ele escreveu:

"...tocar as pessoas e ser lembrado depois de tanto tempo é o que dá sentido à vida de um artista. Te agradeço portanto. Vou te visitar e dou notícias."

Ele continua me encantando, pela delicadeza, pela generosidade com as palavras e pelo caminho mais florido em que poderíamos nos encontrar: o caminho da  poesia.

http://papopoetico.blogspot.com/



FLORA FIGUEIREDO


Flora Figueiredo é a minha fada das letras desde a primeira vez que li um poema seu. Ela é delicada, suave e transparente nos sentimentos. Elegante e sofisticada e mantém uma relação próxima com seus leitores.
Somos amigas no Facebook e lá trocamos mensagens. Fiquei encantada com suas gentilezas.
Sua poesia inspira, comove, seduz, instiga.
Seus livros são lindos, coloridos, vibrantes, cheios de vida.
Suas palavras são um bom motivo para iluminar nossos dias. Leiam a poesia de Flora Figueiredo e sintam o farfalhar das asas de uma fada.







Estou perdidamente emaranhada
em seus fios de delícias e doçuras.
Já não encontro o começo da meada,
não sei nem mesmo
se há uma ponta de saída,
ou se a loucura
vai num ritmo crescente
até subjugar a minha vida.
Não importa.
Quero seus nós de seda
cada vez mais cegos e apertados
a me costurar nas malhas e nos pêlos.
Enquanto você me amarra,
permanece atado
na própria trama redonda do novelo



(Amor a Céu Aberto, Editora Nova Fronteira, 1992 - Rio de Janeiro, Brasil)





REGULAMENTO

"Eu não juro nada
por coisa alguma,
pois que todo caminho é de incerteza.
A ordem se desarruma,
a história se desajeita,
o arranjo troca e vira a mesa.
Tampouco prometo.
Nesse jogo de regras e tratos,
rolam os dados,
mudam os fatos,
num ciclone célere, inclemente.
Só o que posso fazer é me entregar completamente
a toda causa que eu me dedicar,
a cada tempo que eu puder viver,
a cada amor que me fizer amar".





Biografia

"Flora Figueiredo é natural de São Paulo. Poeta, cronista, tradutora, compositora, foi vice-presidente da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil, membro da Women Association of Journalists and Writers, correspondente do Centre International d´Études Poétiques, na Bélgica, em cujo acervo constam suas obras. Durante três anos foi responsável pela última página da revista Cláudia. Finalista do Prêmio Jabuti em 2000 na categoria Poesia, é membro da União Brasileira de Escritores (UBE). A autora publicou as obras poéticas: Florescência (também lançado em Portugal), Calçada de Verão, Amor a Céu Aberto, Estações, O Trem que Traz a Noite, Chão de Vento e participou de várias Antologias. Tem trabalhos nas áreas publicitária e musical, com parceiros como Ivan Lins, Natan Marques, maestro Aylton Escobar e vários outros"











                


  



"Para minha enorme surpresa, há bem pouco tempo deparei-me com o infinito. Ele estava bem escondido por detrás do enigma dos teus olhos."



CARLOS EDUARDO LEAL (a publicar)



Psicanalista e escritor. Autor de "Fragmenta" e "A sede da mulher"(poesia).
Romances: "O nó górdio" e "A última palavra". 






Para ler sobre o amor ouvindo a voz doce da Corinne Bailey Rae...