Que horas são?

sábado, 10 de dezembro de 2011







Sexta-feira é aquele dia em que respiramos aliviados pelo término da semana, fazemos planos para o sábado e domingo e diminuímos o ritmo.

E quando algumas coisas nos inquietam na sexta-feira? E se, ao invés de o ritmo diminuir, a ansiedade é tanta que ele lembra a bateria de uma escola de samba? E se ficamos impactados com algumas notícias?  Pode uma sexta-feira perder suas promessas se alguns fantasmas cobrirem o sol? PODE, claro!

Vivi um dia assim ontem. Fui ao médico e saí do consultório contrariada, frustrada, talvez. Infantilidade absoluta da minha parte, afinal há coisas na vida sobre as quais não temos controle algum. Doenças, por exemplo. Temos um diagnóstico e é preciso tratar. Ponto! Mas, num primeiro momento isto causa uma grande frustração. Foi o que aconteceu comigo. Fiz alguns exames orientada pelo  médico em quem deposito toda a minha confiança, e o diagnóstico apontou algumas lesões no estômago que exigirão um tratamento mais severo e muita disciplina da minha parte pra que os resultados sejam positivos e rápidos. Médicos são objetivos. Ele disse: "Vais usar este medicamento e os efeitos colaterais serão tais...Ok?"   "Há outra forma de fazer isto?"  perguntei. "Não!" respondeu ele com a  serenidade de um monge budista.  "E segue à risca o que eu te recomendei, para que isto não evolua para alguma coisa mais grave!" advertiu-me ele, impositivo como um general alemão. Ele sabe que a serenidade nem sempre funciona.

Depois da frustração e da raiva, veio logo a aceitação. Havia duas opções: continuar chateada ou fazer algo bom, prazeroso que recondicionasse meu estado de espírito. Fiquei com a segunda opção.  Resolvi voltar caminhando para casa, bom para arejar as ideias e recompor os pensamentos. E no meio do caminho tinha o  MEDIA LUNA CAFÉ, um pedacinho de Buenos Aires no bairro Moinhos de Vento, aqui em Porto Alegre. Um lugar cheio de charme e poesia. Aromas e sabores portenhos.

Fotografei para ilustrar o que aprendi: não podemos controlar alguns acontecimentos, mas podemos mudar a maneira como lidamos com eles. Por vezes, basta desviar um pouquinho o trajeto, entrar num lugar interessante, redirecionar os pensamentos para a LUZ , buscar outra sintonia e tudo fica mais claro, mais real. E a leveza volta a nos visitar.

Aprendizado com café e media luna...e aquela luz inconfundível do final da tarde em Porto Alegre.





sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

 
A lucidez do texto da  Bety Orsini que traz o pensamento de Marcia Frazão e Viviane Mosé  sobre a cultura de não repetir roupas.


Uma boa reflexão sobre consumo, filosofia de vida, sustentabilidade, moda e elegância.




USE  E  ABUSE

"Há anos acompanho a preocupação das mulheres em não repetir roupa. Outro dia mesmo, uma amiga estava desesperada atrás de um modelito novo para usar num casamento, quando arrisquei um "usa o do ano passado, ninguém vai notar". Diante do meu conselho, ela me olhou com um olhar reprovador e concluiu: "Você acha que eu vou pagar esse mico?"

Fiquei observando a cena com cara de paisagem e de repente me dei conta de que todas as pessoas elegantes que conheci na vida repetiam roupa. E as sensatas também. Por isso, não foi surpresa alguma ver cabecinhas coroadas repetindo as suas e lendo comentários maldosos da mídia como aconteceu com a princesa Kate Middleton e a presidente Dilma Rousseff.


Nosso querido Cao Albuquerque, figurinista de "A grande família", usa as mesmas peças há pelo menos dez anos e diz que todas elas são envolvidas com afetividade. "Ah, Bety, graças a Deus não conheço pessoas que não repetem roupa. E olha que eu conheço é gente...". A escritora Marcia Frazão, que faz poesia com qualquer coisa, acha que repetir roupa é ludibriar o tempo e se fazer eterno. Para quem não sabe, ela coleciona "roupas almadas", aquelas dos mortos de sua família e também as de ilustres desconhecidos garimpadas em brechós.


"Não ria, Bety, mas uma vez topei, literalmente, com um blazer Versace, ainda com etiqueta, num bazar de caridade. Comprei. E não por ser um Versace, afinal ninguém iria puxar a gola para ver a etiqueta lá dentro. Comprei porque na hora me veio a imagem de uma italiana lindíssima espatifando a sua Ferrari numa árvore de uma estrada cheia de curvas, depois de ter flagrado o marido com a melhor amiga." Marcia faz questão de perpetuar instantes significativos que ficam impregnados nas roupas. "De um jeito torto, é como se eu trouxesse outra vez para a vida esses momentos." Ela guarda até hoje roupas dos anos 70 e, vez por outra, desfila com elas, mesmo sabendo que a Marcia que ia ao Píer e depois tomava chope no Castelinho não habita mais o seu corpo. "Nos dias que visto essas roupas, dou uma banana para o tempo e para a opinião pública. Enfim, repito roupas, tanto as minhas como as dos doces fantasmas da minha família e das fantasmas muito loucas que recolho nos brechós."


"Não repetir uma roupa é como ouvir uma música uma só vez, é não se deixar acariciar pelo que de familiar e afetivo existe naquilo que, como uma roupa, nos conforta, nos cobre, nos embeleza, nos faz sentir em casa", poetiza a filósofa Viviane Mosé. Para ela, por serem contemporaneamente elegantes, a princesa Kate repete roupa e Michele Obama aparece usando a popular marca J. Crew. "Deselegante é quem tem uma armário entupido, vazando CO2 por todo lado."
 
Os tempos mudaram, garante a figurinista Lucinha Karabtchevsky. Para ela, nos tempos de hoje, menos é mais. E em todos os sentidos. Lucinha dá nota dez para posturas mais ecológicas e sem desperdícios e atitudes mais low profile que exibicionistas. E lembra que a enorme diferença entre as classes sociais no Brasil é gritante e extremamente constrangedora para quem tem um mínimo de sensibilidade. Para Lucinha, a roupa deve ser usada de uma forma natural, não forçada. "Quanto da nossa história pode existir em uma música, uma peça de roupa ou uma joia? Quantas vezes ouvimos a mesma música, aquela que nos transporta e nos faz reviver momentos importantes? Para mim, a roupa é a manifestação explícita do nosso ser, do nosso gosto, do nosso humor, da forma que estamos nos sentindo em determinado momento. Não repetir uma roupa é como ouvir uma música uma única vez... É não se deixar acariciar pelo que de familiar e afetivo na peça que nos conforta, nos cobre, nos embeleza, nos faz sentir em casa.
 
Algumas pessoas acham que a própria expressão "repetir roupa" não faz mais sentido, como Rosane Feijão, autora de "Moda e modernidade na belle époque carioca". Para ela, já existe uma compreensão de que a elegância é uma composição muito mais complexa do que simplesmente vestir esta ou aquela peça. Ela lembra que atualmente usa-se uma expressão em inglês, o look, que envolve, além das roupas, acessórios que vão de sapatos e bolsas a meias e chapéus, passando por lenços, óculos, bijuterias ou joias. "As variáveis são tantas que a preocupação em não repetir roupa acaba significando falta de confiança e de criatividade para usar a mesma peça em produções com significados completamente diferentes. Se, na Natureza nada se cria, tudo se transforma, na moda dá pra criar muita coisa apostando na transformação."

BETY ORSINI

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011


"Ric Elias tinha um assento na primeira fila no vôo 1549, o avião que pousou no rio Hudson, em Nova York em janeiro de 2009. O que passou pela sua mente quando o avião desceu desgovernado? Ele conta sua história ao público pela primeira vez."





                  


Uma reflexão interessante sobre prioridades na Vida.

Viver, de  certa maneira, nos prepara para a morte. Como temos feito isto?  Em algum momento pensamos sobre este assunto? 
A primeira lição que ele diz ter aprendido foi: 
"Tudo pode mudar num instante." 

Quando compreendermos que esta é a dinâmica da Vida, as prioridades mudam e a visão fica muito mais clara.

A segunda lição que ele relata é : 
"Arrependi-me de perder tempo com coisas desnecessárias e pessoas que não eram importantes pra mim."

Desperdiçamos tempo demais! Ele é absoluto e implacável. Segue seu curso próprio, independente de nossas urgências e ansiedades.

E a terceira lição foi :
"Aprendi que quero ser um bom pai para os meus filhos." 

Cabe lembrar aqui, que os filhos crescem rápido demais e cada fase das suas vidas tem angústias e belezas diferentes. Acompanhar cada movimento deles com olhos amorosos, justifica o milagre de ter um filho.

Com a proximidade das festas de fim de ano, bom seria se acrescentássemos estas reflexões às listas que fazemos neste período.

Haveremos de aprender as nossas próprias lições.
 



ELE disse:

"...o Tempo que o Tempo tem."


 

ELA, encantada, entendeu que só o Tempo passara, eles continuavam ali...



quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

         
           "Viver é um instante.Eterno."
        
                                                    (Lívia Garcia Roza)
 
 

terça-feira, 6 de dezembro de 2011



 
A cada dia a Vida nos dá lições generosas. 
 
Agradeço o fato de estar disposta a aprender, humildemente, a todo momento.
 
Somente a maturidade nos proporciona isto.
Na juventude, achamos que tudo sabemos. Lembro bem, que aos dezesseis anos me achava pronta para encarar o mundo. Coragem que era filha da imaturidade.
 
Felizmente, trilhei os melhores caminhos, não me iludi com os atalhos e posso olhar para trás sem medo.

Hoje sei da importância de estar atenta às lições diárias. É neste momento que ocorrem as maiores epifanias.

Antecipar sofrimentos sufoca a lucidez. Angustiar-se com o que não podemos controlar, gasta energias preciosas e indispensáveis para resolver os conflitos.

Silenciar para ouvir a si mesmo é ouro!
Aprender a não julgar o outro é jornada árdua, mas imprescindível para entender o mundo.

Macerar os pensamentos e filtrar as palavras: absolutamente necessário. Palavras têm força absoluta, depois que são ditas, tornam-se independentes de nós. Já foi dito. Ponto!

Aprende-se um pouco mais a cada dia que vivemos. Esta é a razão de ganharmos um dia novinho em folha, a cada manhã. Oportunidade renovada de fazer tudo ainda melhor do que ontem e retomar a direção dos caminhos em que nos perdemos.

Renascemos todos os dias, abençoados pelas Forças Divinas que nos guiam. Sejamos aprendizes dedicados, atentos a cada movimento do  Universo. É aprendizado contínuo...



segunda-feira, 5 de dezembro de 2011



 A poesia do blog da minha querida amiga ANA LÚCIA BULCÃO TEIXEIRA..., o ROCCANA, o "padrinho" do AMORANINHA

http://roccana2.blogspot.com/2010/07/blog-post_21.html






"eu queria ser quieta
exata e filosófica
como uma plantação

ser monge budista

alquimista e sã

eu queria ser

de manhã"


(Débora Souza)






NOTA MINHA: Eu também queria ser de manhã!!



 
 
Para começar o dia, boas palavras!
 
A palavra é terreno fértil para semear sensações, emoções, sentimentos.
 
Se for para semear, que seja com as melhores sementes.
 
Mudar as palavras, usá-las com gentileza, extrair a essência mais delicada de cada uma para chegar ao coração do outro.
 
Mudemos nós para mudar o mundo!
 
 






1600. É o número de visitas que este blog recebeu antes de completar dois meses de existência.

Em dezesseis de outubro, incentivada pela minha amiga ANA LÚCIA TEIXEIRA, entrei nesta aventura, de olhos fechados e coração aberto. E tem sido uma das mais belas experiências da minha vida. 

Obrigada a todos vocês que sempre passam por aqui, pelos comentários, pela divulgação e pela amizade que recebo.

Recebam todo o meu encantamento e meus melhores pensamentos. 
BOA SEMANA!