Que horas são?

sábado, 28 de julho de 2012

Vitor Ramil compôs esta música que é uma poesia que sempre me comoveu. Então, esta semana comprei um cd do Milton Nascimento e ouvi  ESTRELA, ESTRELA  com o coração apertado de quem é tocado pela força da música. E na voz da Maria Rita é de uma beleza sem fim. Para ouvir com a alma conectada...









ESTRELA, ESTRELA

Vitor Ramil

"Estrela, estrela
Como ser assim
Tão só, tão só
E nunca sofrer



Brilhar, brilhar
Quase sem querer
Deixar, deixar
Ser o que se é



No corpo nu
Da constelação
Estás, estás
Sobre uma das mãos



E vais e vens
Como um lampião
Ao vento frio
De um lugar qualquer



É bom saber
Que és parte de mim
Assim como és
Parte das manhãs



Melhor, melhor
É poder gozar
Da paz, da paz
Que trazes aqui



Eu canto, eu canto
Por poder te ver
No céu, no céu
Como um balão



Eu canto e sei
Que também me vês
Aqui, aqui
Com essa canção"







                                           (comer, amar e rezar)






"(...)Felicidade não se planeja, felicidade se descobre.

Ingenuidade congelar lista de intenções como se a vida não nos transformasse dia a dia.

O que vale alcançar objetivos como uma maratona turística? Para quê?

Nosso legado é o que falamos aos outros, não o que aparentamos ser. Todos os desejos terminam, no fundo, iguais porque não temos a coragem da simplicidade.(...)





Trecho da crônica "Cinco coisas que preciso fazer antes dos 40 anos", escrita pelo  FABRÍCIO CARPINEJAR. Jornal Zero Hora, 28 de julho de 2012.



A MELANCOLIA DA AUSÊNCIA

                                 (jardins da PUC/ RS)


 



FÍMBRIA  DE  MELANCOLIA



"Fímbria de melancolia,
memória incerta da dor,
ouço-a no gravador,
no fado que não se ouvia
quando ouvia o seu clamor.

Porque era já no passado
o presente dessa hora
e que me ressoa agora
a um outro mais alongado.

Assim a dor que se sente
no outro obscuro de nós
nunca fala a nossa voz
mas de quem de nós ausente,
só a nós próprios consente
quando não estamos nós
mas mais sós do que ao estar sós.

Onde então estamos nós?
"

 

Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente 1




sexta-feira, 27 de julho de 2012

                                   (da janela lateral...)




"(...)a poesia nasce do "fervor pensante da recordação(...)"




Martin Heidegger






SAUDADE

                                                       (delicadeza)

 



"(...)O que é a lágrima?


guerra perdida pelo corpo.(...)"



ADONIS, poeta árabe



 

AVISO IMPORTANTE

                                                   [e Milton Nascimento (en)canta...]


"Ei, dor!
Eu não te escuto mais
Você não me leva a nada
Ei, medo!
Eu não te escuto mais
Você não me leva a nada

E se quiser saber
Pra onde eu vou
Pra onde tenha Sol
É pra lá que eu vou."


(antônio júlio nastácia, músico e compositor nascido em Belo Horizonte)


quarta-feira, 25 de julho de 2012

                                             (Thales, em 1998. No parcão, alimentando os patos)






Ser mãe é um estado de transbordamento da alma em todos os sentidos. Vive-se tudo com intensidade. As alegrias e as dores. Na carpintaria dos dias, tento elaborar as dificuldades e celebrar as felicidadezinhas.

Num destes momentos rotineiros do dia, despretensiosamente contei ao meu filho que desde o primeiro momento em que soube que estava grávida, descobri que já o amava com todas as forças do meu coração.  

Um amor de aprendizados infinitos, nem sempre fáceis, mas necessários para o nosso caminho.

No dia seguinte, ouvi dele uma declaração que encheu meu coração de alegria e contentamento: disse que ficou tão emocionado naquele momento que chorou baixinho e celebrou a felicidade de ser meu filho.

Dezesseis anos depois do nascimento dele, certamente sou um ser humano transformado e amadurecido.

Vida e seus obstáculos: venceremos alguns, outros serão contornados, mas preservaremos a razão maior de tudo: o amor.


terça-feira, 24 de julho de 2012

            (dias felizes e plenos)




Em tempos de reflexões, questionamentos e recolhimento, a poesia lustra as palavras e faz brilhar as melhores respostas. 
Dedico este poema para a  ANA LÚCIA TEIXEIRA, minha amiga, confidente, generosa, parceira de lágrimas, sorrisos e infinitas conversas. Que o dia que amanhece traga bons sinais, muitas certezas e bençãos renovadas em sua vida.



Trechos do "Guia para viajar pelas florestas do sentido"  do poeta árabe ADONIS.  Para ler, reler e guardar na alma.




"O que é o caminho?


anúncio de partida


escrito em folhas que o pó desenhou.





O que é a árvore?


lagoa verde cujas ondas são o vento.





O que é o vento?


alma que não quer


habitar o corpo.





O que é a morte?


carro que leva


do útero da mulher


ao útero da terra.





O que é a lágrima?


guerra perdida pelo corpo.





O que é o desespero?


descrição da vida na língua da morte.





O que é o horizonte?


espaço que se move sem parar.





O que é a coincidência?


fruto na árvore do vento


caindo entre as mãos


sem se saber.





O que é o não sentido?


doença que mais se propaga.





O que é a memória?


casa habitada só


por coisas ausentes.





O que é a poesia?


navios que navegam, sem portos.





O que é a metáfora?


asa aliviando


no peito das palavras.





O que é o fracasso?


musgo boiando no lago da vida.





O que é a surpresa?


pássaro


que escapou da gaiola da realidade.





O que é a história?


cego a tocar tambor.





O que é a sorte?


dado


na mão do tempo.





O que é a linha reta?


soma de linhas tortas


invisíveis.





O que é o umbigo?


meio caminho


entre


dois paraísos.





O que é o tempo?


veste que usamos


sem poder tirar.





O que é a melancolia?


anoitecer


no espaço do corpo.





O que é o sentido?


início do não sentido


e seu fim."



segunda-feira, 23 de julho de 2012




Paul Newman
(1925 - 2008)



                    (Google imagens)
                                                         
                               




Para o dia nascer feliz, para preencher o coração, iluminar o olhar e sensibilizar a alma: amores-perfeitos em flor.

Boa semana!




                 (dias frios em Porto Alegre...)





NEM UM DIA

                                 Djavan


Um dia frio
Um bom lugar prá ler um livro
E o pensamento lá em você
Eu sem você não vivo
Um dia triste
Toda fragilidade incide
E o pensamento lá em você
E tudo me divide (bis)

Longe da felicidade e todas as suas luzes
Te desejo como ao ar
Mais que tudo
És manhã na natureza das flores

Mesmo por toda riqueza dos sheiks árabes
Não te esquecerei um dia
Nem um dia
Espero com a força do pensamento
Recriar a luz que me trará você

E tudo nascerá mais belo
O verde faz do azul com o amarelo
O elo com todas as cores
Pra enfeitar amores gris(bis)


Um dia frio
Um bom lugar prá ler um livro
E o pensamento lá em você
Eu sem você não vivo
Um dia triste
Toda fragilidade incide
E o pensamento lá em você
E tudo me divide

Mesmo por toda riqueza dos sheiks árabes
Não te esquecerei um dia
Nem um dia
Espero com a força do pensamento
Recriar a luz que me trará você

E tudo nascerá mais belo
O verde faz do azul com o amarelo
O elo com todas as cores
Pra enfeitar amores gris(bis)