Que horas são?

sábado, 22 de setembro de 2012


                (Nas trilhas de Minas...)



"O QUE DÓI OUVIR DE UM AMIGO
(não queria que fosse verdade)

— O que me arrebenta é que ela não disse "Eu não te amo mais". Saiu me amando. Saber que o outro se separou e ainda te ama é uma esperança insuportável. Uma tortura. Acho que ela se dará conta de sua mancada a qualquer hora. Mas "acho" dentro do total ceticismo, não a vejo vindo ao encontro, não teve sequer coragem de conversar.

— Ela falou em ato que não te ama mais. O abandono é isso. É a pior maneira de dizer, a mais baixa, a mais fraca. Mas foi como ela conseguiu dizer. Deixar o outro na mão, não se importar com o sofrimento do outro, não acalmar a dor do outro, é tortamente dizer tudo."

Fabrício Carpinejar


segunda-feira, 17 de setembro de 2012

                                               (das infinitudes...)



Vez ou outra sou deserto, em outras, horizonte; em todas, sou inteira. Tropeço em sonhos, descubro atalhos, refaço rotas. Vou às margens, trago flores, mapas e aprendizados. E traço linhas, simétricas e ilusórias linhas. Em vão! A Vida é passo incerto, trilha que surpreende. A Vida é um susto!



 

domingo, 16 de setembro de 2012

C L A R I C E...


"É determinismo, sim. Mas seguindo o próprio determinismo é que se é livre. Prisão seria seguir um destino que não fosse o próprio. Há uma grande liberdade em se ter um destino. Este é o nosso livre-arbítrio."


LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p.140.