Que horas são?

sábado, 20 de abril de 2013



                  AMOR EM DOIS TEMPOS





(1970)

                       

                         Clint Eastwood






(antes de completar oitenta anos)






sexta-feira, 19 de abril de 2013

             (o olho vê o que o coração vê...)


                               


FRESCOR



"como o sol bate de chapa

num muro branco em silêncio
e a saudade roça o queixo

frescor de água em moringa
e um sorriso potável
com peixes no fundo

frescor de estrela
ou dentifrício

frescor de nata
ou pão novo
de semente boiando
na polpa jovem

a boca fala
do que está cheio o coração"


Fabio Weintraub





SONETO AO INVERNO





"Inverno, doce inverno das manhãs 
Translúcidas, tardias e distantes (...)"






Excerto do "SONETO AO INVERNO",
Vinícius de Moraes, Londres,1939






               
Sobre amor, arrebatamento e encanto...










































Arrebatar

         v. tr.,    
                levar repentinamente,
                levar pelos ares,
                raptar;         


         v. refl.,
                   enlevar-se,
                   encantar-se,
                   maravilhar-se.






quarta-feira, 17 de abril de 2013




                                         (confiança é patrimônio inviolável...)








CONFIANÇA:

vem do Latim CONFIDENTIA,“confiança”, de CONFIDERE, “acreditar plenamente, com firmeza”, formada por COM, intensificativo, mais FIDERE, “acreditar, crer”, que deriva de FIDES, “fé”.







terça-feira, 16 de abril de 2013






David Coimbra é jornalista, escritor e pai do Bernardo. Leio o David  há muito tempo. É daquelas pessoas que encontramos no supermercado, na livraria ou no bar e ele é sempre um querido. Saber da sua doença, foi uma surpresa desagradável e triste. E fiquei comovida quando li esta crônica em que ele reflete sobre a Vida e como a sentimos.
Mais uma vez, David se supera e abre a roda da conversa. É um convite à reflexão, uma pausa para pensar, uma intimação para cuidar do corpo e da alma (ou qualquer outro nome para a essência que mantém o corpo).






DAVID COIMBRA



"Não gosto de filme de doença, nem de filme que só tem japonês. Quando estive no Oriente Longínquo, porém, me encantei tanto pelo Japão e pelos japoneses, que abri exceção para alguns filmes em que havia exclusivamente atores de olhos amendoados. E agora, no momento em que passo por alguma vicissitude física, nada mais me ressoa, reboa e retumba na cabeça além de palavras que antes eu tratava com indiferença: tomografia, ressonância, contraste, pet-scan.


São palavras desagradáveis, mas nenhuma delas é tão terrível quanto as duas que vou escrever a seguir, espero que você nunca tenha de ocupar sua cabeça pensando nelas, estremeço só de citá-las: neoplasia maligna. Um horror. Por isso, posso ver filme só com japonês, mas não de doença. Doença, a que me atormenta o espírito.

O fato é que a sua mente fica obcecada pelo seu corpo, se você passa por algum problema físico. No entanto, o sofrimento mostra com clareza como eu não sou o meu corpo, e isso é muito estranho, é algo sobre o qual jamais havia pensado e que tenho de compartilhar com você.

O que compreendi é que dependo do meu corpo, o que meu corpo sente pode me fazer feliz ou infeliz, mas, ao mesmo tempo, eu não sou o meu corpo. Eu sou algo além dele, embora esteja dentro dele e faça parte dele e ele faça parte de mim. Mais ou menos como quando vejo fotos antigas minhas, quando leio textos antigos meus, quando lembro do que pensava e não penso mais. Estou sempre mudando, o meu corpo muda, as minhas ideias mudam, mas a minha essência é a mesma.

Será isso o que as pessoas religiosas chamam de “alma”? Será isso o que Schopenhauer chamava de “vontade”? Aquilo que Kant dizia estar além da “razão pura”? Ou o que Freud localizou estar situado camadas abaixo do consciente?

Não sei. O que sei é que gostaria de isolar essa “essência”. Gostaria de torná-la independente do corpo e da mente para, finalmente, descobrir quem eu na verdade sou. Então, olharia com condescendência para os padecimentos do meu corpo, para as inquietações da minha mente, abriria um sorriso e diria, de mim para mim: sou maior do que isso.


Pena que não consiga, pena que siga sendo sempre dependente da condição física, tão escravo das minhas circunstâncias, tão miseravelmente pequeno."



Jornal Zero Hora - 05 de abril de 2013  N° 17393






"(...)a felicidade morava tão vizinha 
Que, de tolo, até pensei que fosse minha(...)



                            Chico Buarque