Que horas são?

sábado, 24 de novembro de 2012



Quantas cenas como estas seriam necessárias para tornar a Vida mais leve?  Quantas vezes nos permitimos a leveza, o riso, o beijo roubado, a dança na chuva, rir das situações, do ridículo da vida? Ah, o ridículo! Como é bom sê-lo, às vezes!
Quantas vezes valorizamos mais as dores e os sofrimentos e não celebramos os pequenos momentos felizes?  Aprendi que a vida se dá no miúdo das horas, nas felicidadezinhas diárias. Nada grande, nada poderoso demais, apenas o simples, o hoje, o agora, por este caminho, dizem a felicidade sempre passa. 



EU, APRENDIZ...

                                                     



Das boas lições que a Vida nos dá, generosamente, a maior delas é a humildade para aprender todos os dias, em todas as situações. Apre(e)nda!







Lição de casa


"Você tampa a panela,
dobra o avental,
deixa a lágrima secar no arame do varal.
Fecha a agenda,
adia o problema,

atrasa a encomenda,
guarda insucessos no fundo da gaveta.
A idéia é tirar a tarja preta
e pôr o dedo onde se tem medo.
Você vai perceber
que a gente é que faz o monstro crescer.
Em seguida superar o obstáculo,
pois pode-se estar perdendo
um espetáculo acontecendo do outro lado.
Atravessar o escuro
até conseguir tatear o muro,
que é o limite da claridade.
Se tiver capacidade para conquistá-la,
tente retê-la o mais que puder.
Há que ter habilidade, sem esquecer
que a luz é mulher.
Do inferno assim desmascarado,
é hora de voltar.
Não importa se é caminho complicado,
se a curva é reta,
ou se a reta entorta.
Você buscou seu brilho, voltou completa;
jogou a tranca fora, abriu a porta."





FLORA FIGUEIREDO    (minha poeta querida!)





sexta-feira, 23 de novembro de 2012






AUSTIEN PERALTA era um menino  gênio, um virtuose na música, onde poucos conseguem chegar. Levou consigo grandes aprendizados, e nos deixou seu talento, desmembrado em partituras e notas. Que saibamos ler suas mensagens aprender a sua técnica e, seguir em frente.

Muitos diremos, indgnados, que ele não deveria  ter partido, que estava no auge de uma carreira promissora. Sem esquecer de nunca podemos perguntar, previamente, ao Divino, sobre quais serão os próximos passos.
A resposta está em nós, vale procurar,  arrumar as gavetas da alma. E há  mortes tão simples que nem explicação tem.

Sua família perde o filho prodígio, aquele em quem eles devem ter depositado toda sua confiança e  amor, o que triplica a dor e mata as expectativas. Aos poucos, time after time, a  dor ser transformará em saudade e celebrações por todo o seu trabalho. E saberemos reconhecer a boa música. Música que vende pela qualidade.











O BLOG DO NOBLAT  repercutiu a notícia que saiu na Folha de São Paulo:


"O pianista e compositor californiano Austin Peralta, prodígio do jazz contemporâneo, morreu aos 22 anos, na noite de quarta. A causa ainda não foi divulgada. O jovem pianista deu seus primeiros passos na música aos cinco anos de idade e destacou-se nos últimos anos por fazer um jazz futurista, cruzando "hard bop", "free" e elementos eletrônicos. (Folha de S. Paulo)"























 









Penso o amor com delicadeza..."meu amor corre de devagar", porque amor com pressa, atravessa.


Olhar, demora. Silêncio é pausa entre beijos. Pele que toca outra pele...viagem dos sentidos.

Beijo rápido é beijo roubado.

Beijo bom pede demora. 

Olhos fechados, as mãos tudo vêem.
Penso o amor com delicadeza...para não perder os detalhes, para esquecer as horas, para ganhar memórias.
Desejo o amor com delicadeza, com flores na janela, bordados coloridos, lençóis perfumados e poesia para acordar, por que o amor é a poesia em movimento.





DO  AMOR


O meu amor sai de trem por aí

E vai vagando devagar para ver quem chegou

O meu amor corre devagar, anda no seu tempo

Que passa de vez em vento

Como uma história que inventa o seu fim

Quero inventar um você para mim

Vai ser melhor quando te conhecer




Olho no olho

E flor no jardim

Flor, amor

Vento devagar

Vem, vai, vem mais

(Tulipa Ruiz)




quarta-feira, 21 de novembro de 2012

VAN GOGH




A obra de Van Gogh fascina, instiga, desorienta, por vezes. É preciso voltar a ela, vez ou outra, demorar o olhar, mudar a perspectiva, integrar-se ao espírito do artista.  Vezes infinitas!

Descobre-se tons diferentes, cores que se transformam pelo nosso olhar e uma força que nos move a querer saber mais a respeito da vida e da obra dele.


Neste caminho de idas e vindas, encontrei muitas referências interessantes. Compartilho, aqui, os vídeos que mostram suas humanidades que se traduzem em arte.
Há muito para conhecer e aprender, mas não apressemos o passo. O caminho é longo e surpreendente.
Boa viagem!  Entregue-se!


"Ache belo tudo o que puder. A maioria das pessoas não acha belo o suficiente."

Vincent Van Gogh








"A arte é o homem adicionado à natureza."

Vincent Van Gogh













"Não tenho certeza de nada, mas a visão das estrelas me faz sonhar."


Vincent Van Gogh




    






                                      



"Se você perdeu dinheiro, perdeu pouco. Se perdeu a honra, perdeu muito. Se perdeu a coragem, perdeu tudo."

Vincent van Gogh











terça-feira, 20 de novembro de 2012


                                                                      (fotografei Mia...)




Confidência




"Diz o meu nome
pronuncia-o
como se as sílabas te queimassem os lábios
sopra-o com a suavidade
de uma confidência
para que o escuro apeteça
para que se desatem os teus cabelos
para que aconteça


Porque eu cresço para ti
sou eu dentro de ti
que bebe a última gota
e te conduzo a um lugar
sem tempo nem contorno


Porque apenas para os teus olhos
sou gesto e cor
e dentro de ti
me recolho ferido
exausto dos combates
em que a mim próprio me venci


Porque a minha mão infatigável
procura o interior e o avesso
da aparência
porque o tempo em que vivo
morre de ser ontem
e é urgente inventar
outra maneira de navegar
outro rumo outro pulsar
para dar esperança aos portos
que aguardam pensativos


No húmido centro da noite
diz o meu nome
como se eu te fosse estranho
como se fosse intruso
para que eu mesmo me desconheça
e me sobressalte
quando suavemente
pronunciares o meu nome"


Mia Couto



Da série: bons encontros...



Carne e osso


"A alegria do pecado
Às vezes toma conta de mim
E é tão bom não ser divina
Me cobrir de humanidade me fascina
E me aproxima do céu

E eu gosto
De estar na terra
Cada vez mais
Minha boca se abre e espera
O direito ainda que profano
Do mundo ser sempre mais humano

Perfeição demais
Me agita os instintos
Quem se diz muito perfeito
Na certa encontrou um jeito insosso
Pra não ser de carne e osso
Pra não ser carne e osso"








"Amor,meu grande amor
Me chegue assim bem de repente
Sem nome ou sobrenome(...)"
Sem sentir o que não sente












"Eu só queria te contar
Que eu fui lá fora
E vi dois sóis num dia
E a vida que ardia sem explicação(...)



segunda-feira, 19 de novembro de 2012

CHET BAKER




Por que os dias pedem boa música, delicadezas e encantamentos...
























" - Como não me sinto completo comigo apenas, penso que tudo o que não sou eu me poderá completar, e portanto quero-o para mim, e roubo-o ao mundo."


 "O que é um silêncio inteiro?"
"Tempo como matéria de estudo 


1. Quando se é feliz com algo, esse algo deixa de ser exterior e passa a fazer parte de nós.

2. Quande se é feliz com o tempo, o tempo fica com o tamanho do nosso corpo.
...

3. A angústia existe quando o tempo é exterior

4. É preciso conhecer o tempo...

5. ...para que o tempo nos conheça"





Para ler ouvindo o melhor do Jazz...




domingo, 18 de novembro de 2012




Por que a música atravessa a alma, transporta sentimentos e muda a sintonia do coração...




"Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco..."

Mário Cesariny