Graça Borges é minha amiga. Nosso encontro é sempre festa, boas risadas, algumas confidências e muita leveza. Graça é bonita, inteligente e intensa. Por inacreditável, é mãe de quatro filhos, entre adolescentes e adultos. Em sua jornada, entre caminhos, desistiu de buscar na formação acadêmica o que estava dentro dela. E em um momento de desconstrução pessoal, voltou-se para o mosaico - o que surge depois de ser.
A arte pedia passagem, latente na alma. Inicialmente, Graça utilizou as pastilhas de vidro, buscou a cerâmica e, atualmente usa materiais italianos como o Smalti Orsoni, de Veneza e o Milifiore, compondo uma obra dinâmica, forte e atemporal. Sei que o mosaico não resume a sua obra, por que Graça é inquieta.
Para celebrar, vai expor seus trabalhos, junto com a artista plástica Rachel Grinberg, no período de 11 a 30 de setembro, na Artes & Ofício Zona Norte, em Pelotas.
Frida Kahlo é sua inspiração. Em um dos nossos encontros, com outras amigas queridas, Graça mostrou uma imagem de Frida e determinou: "Será minha próxima criação, em mosaico!" Alguns meses depois, ela cumpre a palavra.
Bendita, Frida! Bendita, Graça!
Bendita, Arte!
Bendita, Frida! Bendita, Graça!
Bendita, Arte!
"...na saliva. no papel. no eclipse. Em todas as linhas em todas as cores em todos os jarros em meu peito fora. dentro. no tinteiro - nas dificuldades de escrever no assombro de meus olhos, nas últimas linhas do Sol (o Sol não tem nenhuma linha) em tudo. Dizer "em tudo" é idiota e magnífico DIEGO em minha urina DIEGO em minha boca - em meu coração e minha loucura. em meu sono - no papel mata-borrão - na ponta da caneta nos lápis - nas paisagens - na comida - no metal - na imaginação. Nas doenças - nas vitrines - em suas lapelas - em seus olhos - em sua boca. em sua mentira. "
Frida Kahlo
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