(Pela primeira vez aqui no blog, faço uma postagem sem foto para ilustrar. Em sinal de respeito às pessoas desta história e à dor que escorre entre as linhas)
Encontrei uma amiga, meses atrás e ela me contava que estava se desapaixonando num relacionamento e que encontrara um homem que a conquistara, desde a primeira conversa.
Ela não falava, flutuava. Estava novamente apaixonada! Mas, agora, era quase um conto de fadas. Os dois eram só cuidados um com o outro. Embora morassem em estados diferentes, viviam grudados, como a ignorar a distância. Vez ou outra se encontravam e se amavam loucamente. Estavam felizes, satisfeitos, preenchidos com a presença do outro. Disse-me ela que nutria um certo medo de que o conto de fadas fosse apenas um conto e tudo acabasse. Ele, encantador e querido, sempre reafirmava seu amor por ela e tratava de dissuadi-la da ideia.
Ouvi a história, comovida. Em alguns momentos, me preocupei com ela, quando relatou episódios de ciúme desmedido da parte dele.
Ele ainda estava inseguro porque ela havia sido honesta com ele e falara sobre o relacionamento anterior. Achou que ele confiava nela e que seu amor por ele era suficiente. Talvez não fosse.
Tempo depois, encontrei-a novamente e quase não a reconheci, tal era a tristeza que vi em seus olhos. E, antes que eu pudesse perguntar, ela sentou e chorou, como uma criança desamparada. Soube, então, que ele a deixara, em uma trilha de silêncios ensurdecedores. Ela não conseguia acreditar! Primeiro pensou que ele estivesse doente, muito doente, ou viajado para um lugar onde a tecnologia não o alcançasse, (fantasia infantil).
Os dias passaram com a lentidão que só os dias doloridos possuem. Ela insistia em fazer contato e nenhuma resposta recebia. Completado um mês de um silêncio sepulcral, a realidade começou a se impor: ele não voltaria. As lágrimas secaram, o corpo estava doente, o coração triturado. Quanto desencanto naquela mulher!
Na última vez que conversaram, numa sexta-feira, pela manhã, (ela guarda até o tom da voz dele naquele telefonema), ele não demonstrou nenhum indício de que a deixaria, ao contrário, reafirmou carinhosamente o seu amor por ela: "Você é meu amor, minha querida...Você é minha." Ela não entendia, não entende ainda. Ela não o reconhece mais. Tentei argumentar dizendo que talvez ele precisasse de um tempo, e, que passado este período ele voltaria. Ela já não me ouvia, apenas falava e falava, e chorava, copiosamente chorava. Talvez eu não pudesse consolá-la, ela só queria as palavras dele. Qualquer palavra, qualquer movimento que o redimisse deste abandono.
Até onde sei, ele não mais falou com ela. Quis morrer pra ela, para a vida que planejaram. Teve medo do amor. Ou não havia amor. (ela não sabe mais organizar as ideias quando vai falar dele). Ela esperou todos os dias por ele. Esperou que o telefone tocasse, que chegaria um email, que ele viesse encontrá-la, (sim, ela olhava para os lados, a cada saída, na esperança de que ele estivesse ali). Esperou como se sentasse à porta de casa vestida com as roupas da esperança, porque o amor é generoso e ela saberia perdoá-lo. Esperou com o coração aberto, com as mãos estendidas, esperou com fé...Mas ele não veio...
Ele a acusava, por vezes, de amar outro homem, (aquele com quem ela se relacionou antes dele, mas que se tornou um bom amigo, nada além). Enquanto ele se consumia achando que ela amava outro, ela dedicava todo o seu amor a ele. Os véus obscuros do ciúme talvez tenham roubado a vida amorosa que minha amiga oferecia pra ele.
Ela herdou dele momentos amorosos e felizes, e um desamparo que faz sangrar as feridas da alma e do coração.
Quis dizer a ela que desejo que retome as rédeas da sua vida e seus olhos voltem a brilhar, não me atrevi. Só o tempo, este senhor implacável e sábio, saberá fazê-lo.
Na última vez que conversaram, numa sexta-feira, pela manhã, (ela guarda até o tom da voz dele naquele telefonema), ele não demonstrou nenhum indício de que a deixaria, ao contrário, reafirmou carinhosamente o seu amor por ela: "Você é meu amor, minha querida...Você é minha." Ela não entendia, não entende ainda. Ela não o reconhece mais. Tentei argumentar dizendo que talvez ele precisasse de um tempo, e, que passado este período ele voltaria. Ela já não me ouvia, apenas falava e falava, e chorava, copiosamente chorava. Talvez eu não pudesse consolá-la, ela só queria as palavras dele. Qualquer palavra, qualquer movimento que o redimisse deste abandono.
Até onde sei, ele não mais falou com ela. Quis morrer pra ela, para a vida que planejaram. Teve medo do amor. Ou não havia amor. (ela não sabe mais organizar as ideias quando vai falar dele). Ela esperou todos os dias por ele. Esperou que o telefone tocasse, que chegaria um email, que ele viesse encontrá-la, (sim, ela olhava para os lados, a cada saída, na esperança de que ele estivesse ali). Esperou como se sentasse à porta de casa vestida com as roupas da esperança, porque o amor é generoso e ela saberia perdoá-lo. Esperou com o coração aberto, com as mãos estendidas, esperou com fé...Mas ele não veio...
Ele a acusava, por vezes, de amar outro homem, (aquele com quem ela se relacionou antes dele, mas que se tornou um bom amigo, nada além). Enquanto ele se consumia achando que ela amava outro, ela dedicava todo o seu amor a ele. Os véus obscuros do ciúme talvez tenham roubado a vida amorosa que minha amiga oferecia pra ele.
Ela herdou dele momentos amorosos e felizes, e um desamparo que faz sangrar as feridas da alma e do coração.
Quis dizer a ela que desejo que retome as rédeas da sua vida e seus olhos voltem a brilhar, não me atrevi. Só o tempo, este senhor implacável e sábio, saberá fazê-lo.
"Pior do que uma voz que fala
ResponderExcluiré um silêncio que cala."
Da Paula Taitelbaum
Difícil comentar.
Twm coisas que não tem explicação...
Gosto tanto da Paula, ela soube resumir bem, beijo
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