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terça-feira, 14 de maio de 2013





Miguel Ángel Solá  em uma interpretação impecável do poema "NO  TE  SALVES", do Mario Benedetti.







NO TE SALVES



Mario Benedetti




"No te quedes inmóvil 
al borde del camino 
no congeles el júbilo 
no quieras con desgana 
no te salves ahora 
ni nunca 

 no te salves 
no te llenes de calma 
no reserves del mundo 
sólo un rincón tranquilo 
no dejes caer los párpados 
pesados como juicios 
no te quedes sin labios 
no te duermas sin sueño 
no te pienses sin sangre
no te juzgues sin tiempo 
pero si 
pese a todo 
no puedes evitarlo 
y congelas el júbilo 
y quieres con desgana 
y te salvas ahora 
y te llenas de calma 
y reservas del mundo 
sólo un rincón tranquilo 
y dejas caer los párpados 
pesados como juicios 
y te secas sin labios 
y te duermes sin sueño 
y te piensas sin sangre 
y te juzgas sin tiempo 
y te quedas inmóvil 
al borde del camino 
y te salvas



entonces 
no te quedes conmigo. "








NÃO TE SALVES[i]



"Não fiques imóvel 
a beira do caminho 
não congeles o júbilo 
não queiras sem vontade 
não te salves agora 
nem nunca 
não te salves. 
não te enches de calma 
não reserves do mundo 
só um rincão[iii] tranqüilo 
não deixe cair as pálpebras 
pesadas como juízos 
não te fiques sem lábios 
não te durmas sem sono. 
não penses sem sangue[iv]
não te julgue sem tempo. 
mas se 

Apesar de tudo 
não podes evitá-lo 
e congelas o júbilo 
e queres sem vontade 
e te salvas agora 
e te enches de calma 
e reservas do mundo
só um rincão tranqüilo 
e deixas cair tuas pálpebras 
pesadas como juízos 
e te secas teus lábios 
e te dorme sem sono 
e te pensas sem sangue 
e te julgas sem tempo 
e ficas imóvel 
à beira do caminho 
e te salvas 

então 
não fiques comigo." 






"TRADUÇÃO DE ANGEL RODRIGUEZ JIMENEZ. 
Nota do tradutor: esta tradução é quase literal, o que não deveria ser, pois não é possível 
traduzir todo o sentido que ela traz: a cultura, a língua... Mas, no caso especial deste poema, 
Mario Benedetti vai muito além do seu tempo e alcança o sentido mais profundo da nossa 
relação com o mundo e o que existe ainda de humano em nós. 
[i] Este poema está no livro: Poesia Habana. Ciudad de la Habana: Editorial Pueblo e 
Educación, 1983.
[ii] Poeta uruguaio radicado na Espanha. 
[iii] Um cantinho, um lugar tranqüilo. 
[iv] Sem emoção, sem paixão."


:: Verinotio - Revista On-line de Educação e Ciências Humanas. 
 Nº 8, Ano IV, Maio de 2008 - Publicação semestral – ISSN 1981-061X.






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