Que horas são?

quinta-feira, 4 de abril de 2013


Aprendi a observar o movimento das engrenagens da Vida. São lentos, às vezes, rápidos, em outras, mas, sempre perfeitos. O que hoje é, amanhã não é mais, e, o que ainda não é, será  em algum momento. Não se pode desdenhar deste poder da Vida. 
Diz a música do Chico Buarque : "Não se afobe, não, que nada é pra já..."   Os desvios, os atalhos, as placas do caminho, tudo pede atenção. Por vezes dá para seguir em frente, em outras, é preciso voltar alguns quilômetros e (re)aprender a caminhar. 
A história deste médico sírio que se tornou refugiado e assiste outras pessoas na mesma condição leva-nos a refletir sobre a condição humana neste mundo de guerras, declaradas ou não, e avisa: foco no caminho, humildade, olhos atentos e coração aberto, por que a travessia é sempre pessoal e intransferível.

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"Um dia com o médico: refugiado sírio cuida de refugiados no Iraque"




"Hassan examina um jovem sírio que chegou à clínica com uma tosse dolorosa."



ACNUR (Agência das Nações Unidas para Refugiados)



"O médico sírio Hassan é um cirurgião qualificado. Em 2006, quando havia um intenso conflito no Iraque, ele passou 10 semanas tratando centenas de iraquianos doentes e feridos em um campo de refugiados no leste da Síria, seu país natal. 



"Dr. Hassan pesa uma criança na clínica onde trabalha no campo de refugiados de Domiz."



Seis anos mais tarde, seu próprio mundo virou de cabeça para baixo. Fugindo do derramamento de sangue na Síria, Dr. Hassan fugiu para o país vizinho, o Iraque, em maio de 2012 e procurou refúgio na terra natal de seus ex-pacientes. 



"O médico examina uma menina síria refugiada que está doente, sob os olhares do irmão mais novo, em uma clínica de saúde no campo de refugiados de Domiz"



"Eu nunca imaginei que um dia eu mesmo seria um refugiado", diz ele. "É como se fosse um pesadelo." Agora, por uma ironia do destino, ele encontra-se no Iraque atendendo refugiados sírios que buscaram proteção no país vizinho. 



"Depois de completar o seu turno na clínica em Domiz, Dr. Hassan visita uma tenda perto e examina um menino sírio que havia tratado antes. "Eu costumo passar visita aos pacientes que tiveram grandes cirurgias, tem doenças respiratórias ou queimaduras", diz ele. "Passo alguns casos para o hospital em [na cidade de] Dohuk e às vezes acompanho os pacientes."



Como muitos refugiados, Hassan procurou maneiras de usar suas habilidades para sustentar sua família. No campo de refugiados de Domiz, na região do Curdistão Iraquiano, ele encontrou trabalho em uma clínica dirigida pela ONG Médicos Sem Fronteiras. Ele trabalha longas horas, principalmente tratando diarreia e outras doenças preveníveis. Mais da metade de seus pacientes são crianças refugiadas sírias - não muito diferente de seus dois filhos.



"Dr. Hassan escreve uma receita para um menino no campo de refugiados de Domiz após o diagnosticar com uma infecção no ouvido."
                           


Durante os dois dias que um fotógrafo do ACNUR seguiu Hassan, ele raramente ficou parado por mais de alguns minutos. Seu dia era uma mistura de visitas clínicas pontuadas por refeições rápidas e cumprimentos apressados. Quando não estava trabalhando na clínica, ele fazia ligações para tendas de refugiados até tarde da noite."



"Um jovem refugiado sírio aparece refletido na tampa do laptop do médico enquanto ele escreve um e-mail em um restaurante do acampamento durante a sua pausa para o almoço."










"Dr. Hassan verifica uma caixa de medicamentos na farmácia da clínica de Médicos Sem Fronteiras no campo de refugiados de Domiz."




"À noite, depois de completar suas funções na clínica do campo, o Dr. Hassan visita uma família em sua barraca do ACNUR para examinar uma mulher que ele vem tratando."






"Dr. Hassan tenta cochilar durante um longo turno na clínica do acampamento. Dentro de dois minutos deitado, batidas na porta o alertaram para um novo paciente em necessidade urgente de ajuda. Ele trabalhou o resto do dia, e da noite, sem nenhuma outra pausa."








Fotos © ACNUR/B. Sokol


Texto e fotos, daqui:

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