Que horas são?

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012





Os poemas da Ângela Lago sempre me instigam...Neste, em especial, quando ela diz:

"Mas, ai, que mesmo sem permissão
vai o perfume pela narina abaixo.
Entrou. E agora?"

É exatamente assim quando o amor acontece em nossas vidas."Entrou.E agora?" Nem dá tempo para decidir se queremos ou se podemos amar naquele momento. Apenas acontece...então, se é assim, amemos, rendemo-nos a ele, que venham os riscos, que suportemos os riscos, que sejamos fortes nas despedidas e agradecidos por conhecê-lo. Que sejamos pétalas em flor para quem nos oferecer um jardim. Sem medo, sem proteções,rendemo-nos.


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"Quando está triste, a maldição ataca
o destrutor do jardim.

Se toca, a flor murcha,
se pega, o botão não abre mais.
Se olha, mesmo de banda, seca.
Melhor, respire raso.



Mas, ai, que mesmo sem permissão
vai o perfume pela narina abaixo.
Entrou. E agora?
 


Te despetalará por dentro
a ti que devias ser pedra.
Atômico olor vingará o reino humano.

E então, dado a conhecer a beleza,
o destrutor do jardim
cairá de joelho em pleno Éden."


ÂNGELA LAGO







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