ADOLESCENTE
"A juventude tem mil ocupações.
Estudamos gramática até ficar zonzos,
A mim
Me expulsaram do quinto ano
E fui entupir os cárceres de Moscou.
Em nosso pequeno mundo caseiro
Brotam pelos divãs
Poetas de melenas fartas.
Que esperar desses líricos bichanos?
Eu, no entanto,
Aprendi a amar no cárcere.
Que vale comparado com isto
A tristeza do bosque de Boulogne?
Que valem comparados com isto
Suspiros ante a paisagem do mar?
Eu, pois,
Me enamorei da janelinha da cela 103
Da "oficina de pompas funebres".
Há gente que vê o sol todos os dias
E se enche de presunção.
"Não valem muito esses raiozinhos"
dizem.
Eu, então,
Por um raiozinho de sol amarelo
Dançando em minha parede
Teria dado todo o mundo."
"A juventude tem mil ocupações.
Estudamos gramática até ficar zonzos,
A mim
Me expulsaram do quinto ano
E fui entupir os cárceres de Moscou.
Em nosso pequeno mundo caseiro
Brotam pelos divãs
Poetas de melenas fartas.
Que esperar desses líricos bichanos?
Eu, no entanto,
Aprendi a amar no cárcere.
Que vale comparado com isto
A tristeza do bosque de Boulogne?
Que valem comparados com isto
Suspiros ante a paisagem do mar?
Eu, pois,
Me enamorei da janelinha da cela 103
Da "oficina de pompas funebres".
Há gente que vê o sol todos os dias
E se enche de presunção.
"Não valem muito esses raiozinhos"
dizem.
Eu, então,
Por um raiozinho de sol amarelo
Dançando em minha parede
Teria dado todo o mundo."
Vladmir Maiakowski(1893-1930)
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