Que horas são?

sábado, 22 de setembro de 2012


                (Nas trilhas de Minas...)



"O QUE DÓI OUVIR DE UM AMIGO
(não queria que fosse verdade)

— O que me arrebenta é que ela não disse "Eu não te amo mais". Saiu me amando. Saber que o outro se separou e ainda te ama é uma esperança insuportável. Uma tortura. Acho que ela se dará conta de sua mancada a qualquer hora. Mas "acho" dentro do total ceticismo, não a vejo vindo ao encontro, não teve sequer coragem de conversar.

— Ela falou em ato que não te ama mais. O abandono é isso. É a pior maneira de dizer, a mais baixa, a mais fraca. Mas foi como ela conseguiu dizer. Deixar o outro na mão, não se importar com o sofrimento do outro, não acalmar a dor do outro, é tortamente dizer tudo."

Fabrício Carpinejar


2 comentários:

  1. Respostas
    1. E o outro segue seu rumo, como se a dor do outro não importasse. É uma dor visceral. Um soco no estômago, chute na alma. É preciso vivê-la, elabora-la, para transforma-la em aprendizado. Quanto tempo leva? Uma eternidade!

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